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SALVADOR ACELERA A PREPARAÇÃO PARA O CARNAVAL 2024

Estruturas tubulares, tábuas, parafusos e trabalhadores a todo vapor podem ser vistos em alguns pontos dos circuitos tradicionais da festa: do Campo Grande à Castro Alves (Osmar) e da Barra até Ondina (Dodô).

Vendido recentemente, o prédio do antigo Othon Palace continuará recebendo o camarote Planeta Band em 2024 e estruturas já chamam a atenção de quem passa na rua. Uns metros adiante, no sentido Ondina/Barra, a movimentação de trabalhadores e o volume de material disposto na área do Clube Espanhol destaca a montagem de outro camarote.

Mas é no Campo Grande onde o Carnaval já se faz mais presente, pois grande parte da estrutura prevista para o largo está erguida, fazendo um L que acompanha os trios desde a saída do Corredor da Vitória até a partida para a Avenida Sete de Setembro. Esse clima de quase tudo pronto, no entanto, convive com retroescavadeiras e obras para reconstrução da calçada em frente ao Teatro Castro Alves.

Antes que alguém pense que não dará tempo, o presidente da Saltur (Empresa Salvador Turismo), Isaac Edington, garante estar tudo dentro do tempo previsto e correndo como planejado. Quando as obras terminarem, todas as demais estruturas da área devem estar montadas, então o trabalho será concentrado nos pontos atualmente sob intervenção, a exemplo do espaço para arquibancadas.

Uma novidade para 2024 é a volta do evento de abertura oficial do Carnaval para a região do Circuito Osmar, o mais antigo da folia, após ter sido feito no Farol da Barra este ano. Na semana passada, o prefeito Bruno Reis anunciou que o evento inaugural do reinado de Momo, dia 8 de fevereiro, será na Praça Castro Alves, com shows de Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, BaianaSystem e Ilê Aiyê.

Marcado pela presença dos camarotes, que aliam a possibilidade de ver os artistas desfilarem nos seus blocos e trios sem corda a uma programação interna com ritmos diversos, o Circuito Dodô também tem mudanças. Em 2024, o Bloco do Nana seguirá na festa e terá Léo Santana como atração, mas o camarote não será realizado. Quem curte o formato conta com onze opções de camarote e sete deles já terão programação na quinta de Carnaval (dia 8/2).

Isaac Edington ressalta que embora o início oficial seja dia 8 de fevereiro, a festa começa antes, tanto para a população quanto para a Saltur e todos os órgãos municipais e estaduais envolvidos no Carnaval. O marco sinalizado por ele é o Fuzuê, evento pré-carnavalesco que percorre o circuito Dodô na direção Ondina/Barra em 3 de fevereiro, um sábado, dia seguinte à Festa de Iemanjá, no Rio Vermelho.

Os festejos para a rainha do mar inclusive estão sendo assumidos como ponto de partida por visitantes que já conhecem o Carnaval e as chamadas festas de largo. Moradora do Rio de Janeiro, a enfermeira Roseane Corrêa, 50 anos, programou 12 dias para curtir uma temporada com clima carnavalesco em Salvador, começando pelo 2 de fevereiro.

Roseane conhece a capital baiana desde 1996 e classifica sua relação com a cidade como ancestral. O desejo de morar aqui surgiu nesse primeiro contato e foi concretizado em 2000, quando ela saiu pela primeira vez no Ilê Aiyê. Onze anos depois, ela foi para Angola, e ao retornar para o Rio passou a desfilar todos os dias em escolas de samba.

“Eu tinha tomado essa decisão: agora não vou mais trair o meu Rio de Janeiro, vou ficar sempre desfilando nos carnavais do Rio de Janeiro. Até que eu tenho a notícia que Ilê Aiyê vai fazer 50 anos de avenida no ano que vem. Quando eu soube desses 50 anos, no mês de março, eu falei: mudou tudo, eu preciso de Salvador, eu tenho que estar no Ilê Aiyê nessas bodas de ouro”, conta Roseane.

A foliã ficará hospedada na casa de um irmão. A passagem aérea está comprada, o carnê do Ilê está quitado, falta apenas negociar os dias de folga no trabalho, mas ela está confiante em uma solução boa para todos. A programação geral ainda não está muito definida, exceto banho de mar de fantasia, o pré-carnaval e o Alerta Geral, um bloco de samba, que ela considera obrigatório para cariocas.

A festa de Iemanjá também é o ponto de partida no roteiro da bióloga Luciana Bacaicoa, 50, que atualmente mora no Vale do Capão. Natural de São Paulo, ela morou em Salvador por 25 anos e mudou para a região da Chapada Diamantina no início de 2023, ao longo desse período estima ter perdido, no máximo, cinco carnavais da capital baiana.

Em recente passagem pela cidade Luciana ficou hospedada na Barra e foi fisgada pela folia momesca. “Senti aquela energia de Verão, de festa, de Carnaval e decidi: voltarei para passar o Carnaval aqui”. Depois de jogar flores no Rio Vermelho, sua programação inclui o Furdunço, dia 4, e curtir o circuito Barra/Ondina até o dia 10, sempre acompanhando artistas que desfilaram em trios sem cordas.

Se mantiver os planos, a foliã vai embora antes de terminar a folia, que segue oficialmente até o dia 13 de fevereiro, mas ainda tem o tradicional arrastão da Quarta-feira de Cinzas, dia 14.

Setor hoteleiro tem estabelecimentos com 100% da ocupação reservada

Mais de um milhão de turistas estiveram em Salvador no Carnaval deste ano, considerando os visitantes estrangeiros, os vindos de outros estados brasileiros e aqueles de outras cidades baianas. Os dados da Secretaria de Turismo do Estado evidenciam a importância da festa para a economia local, especialmente nos segmentos mais relacionados ao turismo.

“Em Salvador, a empolgação para o Carnaval está em destaque, com as reservas nos hotéis aumentando continuamente”, declara o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, regional Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes. Além dos resultados deste ano, as parciais para 2024 também são animadoras, conforme aponta. Alguns estabelecimentos já têm 100% de ocupação reservada e a média do setor está entre 50% e 60%.

A expectativa, frisa Lopes, é chegar a 100% no setor hoteleiro durante os dias do Carnaval, que em 2024 acontece oficialmente entre os dias 8 e 13 de fevereiro. Sobre os preparativos da rede hoteleira da cidade, ele garante o empenho em proporcionar uma estadia excepcional aos hóspedes.

“Cada detalhe está sendo cuidadosamente planejado para garantir momentos memoráveis aos nossos visitantes. Desde serviços personalizados até instalações de alto padrão, nosso foco é superar expectativas”, declara o presidente da ABIH-BA.

O período carnavalesco também é visto como promissor para o presidente da Associação Brasileira da Agências de Viagem da Bahia (Abav-BA), Jean Paul Gonze, com a comercialização de diferentes serviços. Há a venda de pacotes para quem vem, incluindo, além de passagem aérea e hospedagem, os abadás de camarotes e blocos; e para os moradores da cidade que preferem viajar.

“Muitos turistas contratam os serviços das agências de viagem para ficar com mais segurança no translado até o Carnaval, ou até os blocos, até os camarotes, ida e volta. Muitos pedem guia de turismo para acompanhar, segurança, essas coisas. Geralmente aumenta a quantidade de pedidos de serviços, e serviços no Carnaval são mais caros, devido à dificuldade de circulação e o tempo que se gasta para poder chegar até o circuito ou até o camarote”, explica Jean Paul.


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