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Reviravolta na Assembleia: Rosemberg Pinto pede para deixar disputa pela 1ª vice-presidência, que deve ficar também com o PSD

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Rosemberg Pinto (PT), pediu ao chefe do Executivo estadual, Jerônimo Rodrigues (PT), para se retirar da disputa pela 1ª vice-presidência na eleição da Mesa Diretora da Casa, que acontece na próxima segunda-feira (3). O parlamentar petista sugeriu ainda que o cargo, a exemplo da presidência, cuja candidatura à reeleição de Adolfo Menezes nunca esteve ameaçada politicamente, fique com um membro da bancada do PSD para pacificar a base governista.

A proposta foi feita por Rosemberg durante a reunião de Jerônimo com os líderes partidários da Assembleia, realizada na noite desta quarta-feira (29), no Centro de Operações e Inteligência (COI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O governador teria aceito a sugestão, segundo apurou este Política Livre.

Dessa forma, ficou descartada a convocação de uma sessão extraordinária para votar a mudança no regimento interno da Assembleia visando estabelecer um prazo para que, em caso de vacância da presidência, o vice seja obrigado a convocar imediatamente uma nova eleição. O acordo também evita um bate-chapa entre Rosemberg e o deputado Angelo Coronel Filho (PSD) pela 1ª vice, o que o governador trabalhou para evitar, pois racharia a base aliada.

Jerônimo deve conversar nesta quinta-feira (30) com o senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, para saber qual parlamentar do partido será indicado para a 1ª vice. A base do governo na Assembleia não estaria disposta a aceitar o nome de Angelo Filho, para não fortalecer as pretensões do pai dele, o senador Angelo Coronel, para 2026, e com o apoio dos deputados de oposição. Otto tem preferência pela deputada Ivana Bastos, que sempre se colocou disponível para disputar a presidência caso Adolfo Menezes desistisse.

Além disso, Adolfo também deve ter uma conversa com Angelo Coronel. A expectativa é que, após essas consultas, seja apresentada até a sexta-feira (31) uma chapa governista para a Mesa Diretora, respeitando os espaços da oposição.

Entenda o caso

A 1ª vice-presidência se tornou o cargo mais cobiçado na Assembleia diante da possibilidade real de a reeleição de Adolfo Menezes ser derrubada no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte já deliberou contrariamente a uma segunda recondução para os mesmos cargos nas Mesas Diretoras dos Legislativos a partir do biênio 2021-2022, marco temporal que atinge Adolfo.

Dessa forma, Rosemberg se viabilizou como candidato a vice já pensando em assumir a presidência no futuro, embora negue isso publicamente. Desbancou outros colegas interessados na mesma coisa e obteve o apoio do próprio Adolfo. Entretanto, o cenário mudou quando o senador Angelo Coronel (PSD) ameaçou lançar o filho para bater-chapa com o petista, mesmo que isso significasse enfrentar o governo.

Coronel iniciou uma articulação agressiva na Assembleia para fazer do filho presidente em caso de queda de Adolfo Menezes. O movimento do senador, que já presidiu a Casa e tem influência sobre um grupo de cerca de dez deputados, também mirou 2026: ter o controle do Legislativo baiano seria um trunfo de peso para se manter na chapa dentro da base governista na luta para não ser substituído pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

De público, Coronel afirmou que, ao lançar o filho, apenas defendeu os interesses do PSD, que é o maior partido governista na Assembleia e, por isso, deve permanecer na presidência mesmo se Adolfo cair. Ele também disse que não seria bom para a base que o PT comandasse o Executivo e o Legislativo.

Assim, o senador passou a defender a mudança no regimento interno da Assembleia para que uma nova eleição fosse convocada 24 horas após uma decisão judicial contra o presidente. E, por meio do deputado federal Diego Coronel (PSD), conseguiu o apoio do senador Jaques Wagner (PT) e de Jerônimo para isso.

O governador passou a defender em entrevistas o “direito” de o PSD comandar a Assembleia, mesmo se houvesse uma nova eleição por decisão judicial, o que causou incômodo entre integrantes da base aliada, que considerou uma interferência no Legislativo, como revelou a coluna Radar do Poder desta quarta-feira.

Isso acabou atingindo em cheio as pretensões de Rosemberg, que até aceitava uma mudança no regimento, mas com um prazo de até 60 dias, o que, em tese, daria tempo para ele se viabilizar como sucessor de Adolfo com a “caneta na mão”, costurando acordos internos e externos.

O site já vinha divulgando a informação sobre uma possível retirada da candidatura de Rosemberg a vice. O petista vinha se queixando aos colegas da postura do governador, acusando Jerônimo de ter feito um acordo com Angelo Coronel e Otto Alencar sem consultá-lo. Vale lembrar que o petista era o maior defensor de que o PT ficasse com o segundo cargo na Mesa Diretora, em respeito à proporcionalidade das bancadas.

Participaram da reunião de hoje com Jerônimo, além de Adolfo e Rosemberg, os deputados Niltinho (PP), Fabrício Falcão (PCdoB), Rogério Andrade (MDB), Ivana Bastos (PSD), Luciano Araújo (Solidariedade) e Fátima Nunes (PT), todos líderes da partidos ou bancadas.


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