Mais um crime de feminicídio, desta vez na Rua São Jorge, mais conhecida como Rua da Palha, no bairro Nossa Senhora da Vitória, zona sul de Ilhéus.
A vítima trabalhava como terceirizada na limpeza dos Supermercados Meira e, após um dia inteiro de trabalho, estava a caminho de sua residência, quando foi surpreendida pelo companheiro, que após rápida discussão, desferiu várias facadas na mulher e, em seguida, correu tomando rumo ignorado.
A mulher morreu na hora, ainda trajando a roupa do trabalho, sem qualquer chance de defesa, sendo, inclusive, vítima de outras agressões, ameaças e até tentativa de feminicídio.
O principal suspeito de cometer o crime é o ex-companheiro da vítima e, na casa em que ela morava, diversas ameaças e xingamentos foram escritos na parede. Até esta sexta-feira (10), ninguém foi preso.
“Traiu o marido sua forasteira falsa crente. Você vai ter que pedir perdão a Deus, ao seu marido, a igreja, aos vizinhos e a comunidade se você quiser viver”.
“Se você não perdoar seu marido em cinco dias, seu cabelo será raspado, sua cara de pu** fingida de santa será cortada de gilette. Você armou laço para seu marido ir em cima de você só no sentido de você prejudicar a vida dele. Você chamou a polícia para perto da biqueira três vezes, prejudicou nosso comércio. Você tem três dias para perdoar seu marido e dois dias para voltar a viver com ele”, diz o texto escrito na parede branca.
O feminicídio aconteceu no bairro Nossa Senhora da Vitória e, de acordo com a Polícia Civil, a vítima foi identificada como Jocélia Mendes de Melo.
A Polícia Militar foi acionada para a ocorrência, mas quando chegou no local Jocélia já estava morta. O corpo dela foi encontrado no chão, no meio da rua, e levado para o Departamento de Polícia Técnica, onde vai passar pro necropsia.
Pessoas que moram na região apontaram que o principal suspeito de matar a vítima é o ex-companheiro, que já respondia pela Leia Marina da Penha e por descumprimento da medida protetiva. O nome dele não foi informado.
Com base no texto escrito na parede da casa da vítima, a motivação do crime teria sido uma suposta traição. Jocélia teria sido agredida e, por isso, acionado a polícia, o que irritou ainda mais o autor. O suspeito deu três dias para que ela perdoasse as supostas agressões e voltasse a viver com ele. Caso não obedecesse, as consequências seriam ter o cabelo raspado e o rosto cortado com gilette.
Apesar das informações escritas na parede, a polícia ainda não confirmou a motivação, nem a autoria do feminicídio, e seguirá com as investigações.