O Ministério Público Federal (MPF) investiga se policiais militares fazem parte da milícia que atacou indígenas da etnia Pataxó Hã-hã-hãe, no domingo (21), na zona rural de Potiraguá, no sudoeste da Bahia. O ataque deixou uma pessoa morta e várias feridas. Dois homens foram presos em flagrante, inclusive um policial militar reformado, de 60 anos. O outro preso, de 19 anos, é filho de um fazendeiro da região.
Liderança espiritual da sua comunidade, a majé Maria de Fátima Muniz Andrade, conhecida como Nega Pataxó, foi assassinada pelos atiradores. Segundo a perícia técnica, o tiro que matou a indígena saiu da arma apreendida com o suspeito de 19 anos preso em flagrante. A área onde o crime foi cometido é objeto de disputa entre os Pataxó e fazendeiros.
O cacique Nailton Muniz Pataxó também foi baleado no ataque de domingo. Atingido no rim, ele recebeu os primeiros socorros em um hospital de Itapetinga, antes de ser transferido para o Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus. Nailton deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na tarde desta terça-feira (23), mas continua internado.