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Médica é afastada após gestante entrar para dar à luz e sair com braço amputado

A médica que é chefe regional do Hospital da Mulher de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, foi afastada do cargo, após uma mulher procurar atendimento na unidade para fazer um parto e ter a mão e o punho amputados. O caso ocorreu há três meses. A decisão foi divulgada ontem (19), um dia após uma reunião com Gleice, sua advogada e mediadoras do hospital, que alegaram tomar conhecimento sobre o caso somente agora, já que a diretoria fica em São Paulo.

Através de uma nota, a unidade de saúde informou que foi instaurado no Comitê de Ética Médica uma auditoria minuciosa sobre o quadro clínico e procedimentos realizados nos atendimentos feitos à paciente, seguindo os processos internacionalmente conhecidos como Protocolo de Londres, considerados os mais rigorosos para apurações dessa natureza.

“Se eles vão afastar é porque identificaram que o erro foi da equipe médica. Foram três plantões diferentes, será que nos três ninguém viu nada de errado? Afastar é bom, porque vai impedir que outras pessoas passem pelo que eu vivi, mas o que houve comigo? “, disse Gleice Kelly Gomes Silva, 24.

“O hospital lamenta profundamente o sofrimento por que estão passando a paciente e sua família – e lhes dará todo suporte e acolhimento necessários. As demais denúncias agora apresentadas também serão apuradas com critério e rigor”, complementou a nota da unidade de saúde. A unidade disse que se solidariza com o caso e chegou até a ligar para Gleice nesta quinta-feira, perguntando se ela gostaria de um atendimento psicológico.

Entenda o caso – A mulher deu entrada no hospital em 9 de outubro para dar à luz seu terceiro filho, de parto normal. Após apresentar complicações devido a uma hemorragia, ela precisou ser transferida para a unidade hospitalar de São Gonçalo, na região metropolitana. Além do quadro hemorrágico, o acesso no braço esquerdo, feito no Hospital da Mulher de Jacarepaguá, preocupava Gleice e a família, devido ao inchaço e coloração arroxeada em sua mão.

Só depois que sua mão e seu antebraço estavam roxos, foi que os funcionários decidiram pegar um acesso no outro braço e em seguida, um acesso profundo no pescoço da paciente. Mas já era tarde. Gleice foi transferida na madrugada do dia 12 e quatro dias depois, veio a informação que ela teria que amputar a mão e o pulso. A vítima e a família, desde então, questionam o que aconteceu.


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