Dentro de um hotel em Kiev, na Ucrânia, um grupo de cerca de 20 brasileiros gravaram um vídeo pedindo ajuda para deixar o país após o anúncio da invasão da Rússia na madrugada desta quinta-feira (24), no horário do Brasil. Dentre eles, estão jogadores de futebol que atuam no futebol local em clubes como Shakhtar Donetsk, Dínamo de Kiev.
“Aqui estamos todos reunidos aqui, jogadores do Dínamo, do Shakhtar com as nossas famílias hospedados em um hotel devido a toda essa situação. Estamos aqui pedindo ajuda de vocês através desse vídeo, devido a falta de combustível na cidade, fronteiras e espaço aéreo fechados. Então não tem como a gente sair. A gente pede muito apoio ao governo do Brasil para que possa nos ajudar. Espero que vocês possam nos ajudar a compartilhar esse vídeo e chegar ao máximo de pessoas possível”, disse um dos jogadores no vídeo que está sendo divulgado pelas redes sociais.
Além da falta de combustível na cidade, fronteiras e espaço aéreo fechados, o grupo deixou suas casas o mais rápido possível apenas com a roupa do corpo. Além disso, eles não conseguiram levar comida para o hotel onde estão abrigados.
“Nós, mulheres, estamos com os filhos, com as crianças. Estamos nos sentindo um pouco abandonados, porque não sabemos o que fazer. As notícias não chegam até nós, a não ser as do Brasil. A gente faz um apelo até por causa das crianças. Cada um saiu da sua casa correndo para vir para o hotel com uma peça de roupa. Não sabemos se vai ter comida, como é que vai ser. Então, a gente queria muito pedir ajuda para tentar resolver a nossa situação”, falou uma das esposas dos atletas.
A tensão no Leste Europeu aumentou nas últimas semanas com a movimentação das tropas do exército da Rússia na fronteira com a Ucrânia. Na segunda (21), o presidente russo Vladimir Putin aumentou a apreensão no planeta ao reconhecer a independência de repúblicas separatistas ucranianas e enviou soldados às regiões de Donetsk e Luhansk, visto por especialistas como uma invasão ao país vizinho.
Por sua vez, o governo ucraniano não reconhece a independência das regiões separatistas e pede que a Rússia retire suas tropas. Enquanto isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem feito críticas a Putin. Além disso, Estados Unidos e outras potências vêm ameaçando os russos com sanções econômicas e políticas, indicando a possibilidade de um grande conflito.