Um indígena da etnia pataxó foi morto com dois tiros nas costas, no fim da noite de domingo (13), na Orla Norte de Porto Seguro, após reclamar do som alto em uma casa onde era realizada uma festa conhecida como ”encontro de paredões”. Vítor Brás Souza, 21 anos, que era liderança dos jovens estudantis da aldeia Novos Guerreiros, chegou a ser encaminhado ao Hospital Luís Eduardo Magalhães, mas não resistiu.
Vítor e outras lideranças indígenas, dentre elas o cacique, foram até a residência, na região da Ponta Grande, reclamar do barulho, “que estava tirando a paz e a tranquilidade de toda a aldeia”, que fica a 500 metros do local do evento. De acordo com testemunhas, um dos homens que frequentava a festa ficou irritado com as reclamações, sacou uma arma e atirou no índio. O criminoso fugiu logo em seguida e ainda não foi identificado.
Segundo a comunidade indígena, mais cedo o homem que alugou a casa para realizar a festa já havia se comprometido com o cacique a não continuar com som alto além das 23h. Como o horário estabelecido foi ignorado, uma comissão de indígenas foi até o local cobrar o cumprimento do acordo. “Houve uma discussão. Alguém deu um tapa no rosto de Vítor, que revidou. Ao se virar de costas, Vítor levou dois tiros nas costas”, disse um índio que presenciou o crime.
Vítor Brás era uma liderança indígena muito ativa, engajado nos ensejos do povo pataxó. Ele participava de eventos em Brasília, reivindicando direitos dos indígenas, como saúde, educação, cultura, demarcação de terras e saneamento básico”, disse uma liderança da aldeia. O corpo do indígena deve ser liberado do Instituto Médico Legal, em Eunápolis, ainda na manhã desta segunda-feira (14).
O velório está previsto para começar ao meio-dia, na aldeia Novos Guerreiros, no Território da Ponta Grande. O enterro será no cemitério indígena de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália. O jovem indígena era casado e deixa dois filhos, um de cinco anos e outro de dois meses