Um falso médico foi preso na manhã desta quarta-feira (20), em Salvador. Uma mulher, que estava na clínica onde ocorreu o flagrante, contou que gastou R$ 510 em exames e consulta após o homem diagnosticar o filho dela, de 9 anos, com TDAH.
Segundo informações da Polícia Civil, o homem, identificado como Fábio da Silva Saffe, de 49 anos, atuava como clínico geral em uma unidade de saúde da região da Lapa e usava o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico ortopedista de São Paulo.
Já para a mulher, que preferiu não se identificar, ele se apresentou como neurologista. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.
“Ele passou uma medicação dizendo que era para ele acalmar. Na verdade, a escola pediu para ele fazer um tratamento e eu paguei para esse médico, que disse que era neurologista, para fazer a avaliação nele”.
“Vi o número em uma panfletagem, liguei e marquei para levar ele. Eu paguei R$ 380 pelos exames e R$ 130 na consulta”, contou a mãe do paciente de 9 anos.
A mulher contou que não chegou a medicar o menino após um pedido da avó da criança, que achou estranho medicar a criança antes da conclusão dos exames.
“O [falso] médico diagnosticou ele com TDAH. Agora já não sei [se é esse mesmo o diagnóstico], vou ter que fazer outra consulta”, afirmou desesperada.
A mãe do paciente prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira e disse que vai procurar a clínica para pedir o reembolso.
Prisão do falso médico
Segundo a Polícia Civil, a prisão foi feita por policiais da delegacia dos Barris em em ação conjunta com equipes do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).
De acordo com delegado William Achan, que investiga o caso, o homem levantou suspeita de uma funcionária de um laboratório ao mandar requisições para o estabelecimento. A mulher observou diversas solicitações do mesmo médico para diferentes especialidades.
A funcionária denunciou ao Cremeb, que acionou a Polícia Civil. Centenas de fichas de atendimento, um carimbo falso, um estetoscópio e um pavilhão auricular foram apreendidos no consultório onde o homem atendia há mais de um ano.