Inaceitável o que vem acontecendo na cidade de Jussari no Sul da Bahia. Na semana que antecede ao dia do estudante, fomos surpreendidos com informações de um crime gravíssimo contra a educação, as famílias e a sociedade praticado por funcionários do Colégio Estadual Amélia Amado em Jussari. As informações vieram em áudios e imagens que comprovam o crime bárbaro contra a juventude e as famílias jussarienses no que diz respeito à educação e a democracia.
Em diversos áudios, um professor da rede estadual, que é o coordenador geral da campanha do candidato a prefeito de Jussari Orleans Mascarenhas (PSD), que se aproveita da condição de mandatário do Colégio Estadual Amélia Amado, revela nos seus áudios estratégias montadas com outros funcionários para retirar os alunos da sala de aula para forçá–los a fazer campanha durante o turno da tarde.
O Colégio Estadual Amélia Amado atua de forma integral e os alunos só deveriam ser liberados às 17 horas, porém, o Professor que é Coordenador da campanha do candidato Orleans e que detém o controle do colégio do Estado por estar nessa escola há muito tempo e ter fama de rígido para aprovar ou reprovar alunos, orquestra através de áudios que vazaram de um grupo de whatsapp onde estão os alunos da escola, estratégias que ordenam aos alunos para saírem da escola as 15 horas para entregar convites nas ruas da cidade juntos com o candidato Orleans Mascarenhas e outros funcionários da prefeitura, que muitos deles ainda estão em horário de expediente.
Revoltados com as atitudes ditatoriais, mesmo correndo o risco de perder de ano, alguns alunos revelaram o que estava acontecendo no Colégio Estadual Amélia Amado e em seguida, os áudios com a voz do professor e outros funcionários ligados ao candidato, foram expostos para toda a comunidade que causou muita indignação nos pais, mães e a sociedade em geral. Além de tudo, em áudio, o professor Zalluar Junior da área de linguagens se refere em audio aos alunos que não aceitaram os comandos com a expressão “quero que eles se lasquem!”, o que deixou várias mães revoltadas e que já avisaram que vão até às últimas instâncias buscar providências porque descobriram também que boa parte dos profissionais que atuam no colégio estadual deixaram de produzir educação e conhecimentos através das suas aulas para fazer campanha dentro da escola usando os alunos e alunas.
Existem alunos que não querem ir mais para a escola porque não se interessam por política e é praticamente sobre isso que trata no colégio. O mais grave é a seleção dos alunos que podem sair. O critério é exclusivamente político partidário: quem quiser ir pra rua fazer a campanha para o candidato do PSD, sai e os que preferirem ir pra casa ou não se interessam pela idéia, ficam na escola, mesmo sem ter mais aula. Os áudios com a voz do professor e de outros funcionários e alunos caíram como uma bomba na cidade. A revolta foi geral e os pais e responsáveis já se organizam para pedir providências urgentes.
O Colégio Estadual Amélia Amado passa hoje por uma troca de direção. O diretor anterior Davi Assis foi removido para outra escola em outra cidade. Alguns alunos afirmam que o diretor fazia parte de todo esse esquema. A nova Diretora que está tomando posse por agora ainda vai tomar conhecimento de toda a situação para se posicionar sobre o assunto.
A educação é a base de toda a sociedade e não pode ficar em segundo plano. A Constituição Federal garante a todos os cidadãos o direito a educação em sua integralidade. A educação é dever do Estado e não pode ser lesada por outros interesses.
SONORAS DOS DIRIGENTES