Itabuna é a quinta cidade mais populosa da Bahia e a décima do Nordeste. Sua população é de 214. 123 habitantes, segundo dados do IBGE deste ano. Desta população, 97 por cento teria que ter acesso a água tratada pela Emasa. Mas não é bem assim que tem ocorrido. Diversos bairros passam vários dias sem cair uma gota de água. Na parte alta do bairro São Caetano, por exemplo, os moradores sofrem com a falta do produto que só é distribuído duas vezes por semana. Nos bairros mais periféricos como Fonseca, Novo Fonseca, Maria Pinheiro, Vale do Sol, Novo Horizonte, entre outros, a água só cai de 15 em 15 dias.
INVESTIMENTOS– Em nota, a Emasa divulgou recentemente que, os constantes aumentos de insumos, a exemplo de materiais hidráulicos como PVC, além da nova bandeira tarifária na conta de energia elétrica, chamada de escassez hídrica, que criou taxa extra de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos, em vigor desde 1º de setembro, têm inviabilizado novos investimentos com recursos próprios , dificultado, inclusive, o custeio.
Augusto Castro está sensível a situação e garante que seu governo vai solucionar o problema da falta de água.
PREFEITO AUGUSTO CASTRO TEM UMA SAÍDA – Ao assumir o governo, o prefeito Augusto Castro (PSD) disse que a saída para a ausência de capacidade de investimentos da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa) é Parceria Público-Privada. “A Emasa arrecada hoje quase R$ 5 milhões. A gestão passada enxugou a empresa, tenho que reconhecer isso, mas a empresa não tem capacidade de investimentos, ela deve quase R$ 80 milhões ao governo federal em tributos, deve muito a Coelba”. E completa: “É preciso sair de 18% de tratamento de esgoto para 40, 50%, é preciso despoluir o Rio Cachoeira, levar água para os bairros que ainda não tem, melhorar as estações da empresa, agora na real situação em que a Emasa se encontra hoje, não existe essa possibilidade”. O prefeito explica que atualmente grandes municípios trabalham na concessão do sistema e que exemplifica dizendo que a tendência da Embasa na Bahia é fazer concessões.
Enquanto nada disso acontece, a comunidade itabunense fica preocupada com a falta do produto, que atinge diretamente na vida da sociedade. O número de empresas comercializando água, cresceu assustadoramente na cidade, inclusive sem nenhuma fiscalização e de procedência duvidosa. A cada mil litros de água, o itabunense paga cerca de R$ 50,00 para consumo domestico. Já para o consumo humano, o galão de 5 litros chega a R$ 10,00.
Reportagem de Paulo Leonardo