Informações de moradores da região dão contas que um adolescente indígena pataxó, identificado como Gustavo Silva da Conceição, 14, foi assassinado neste domingo (04/09), com um tiro na cabeça em uma área de conflito no interior do município do Prado.
Os indígenas são da Aldeia Alegria Nova, na região de Comexatiba. O crime aos indígenas ocorreu em uma área de fazenda invadida na região e que os ocupantes alegam que as terras estão situada no Território Indígena Comexatiba.
O adolescente indígena foi socorrido ainda com vida para uma unidade de saúde em Itamaraju e transferido em seguida para Teixeira de Freitas, mais não resistiu ao ferimento e veio a óbito logo após ser internado.
Segundo relatos, um grupo armado chegou ao local de posse de veículo modelo Fiat Uno e dispararam tiros contra os todos que estavam na área.
Em uma foto divulgada nas redes sociais, Gustavo aparece segurando um cartaz escrito: “os Pataxó pede socorro”.
O Colégio Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê, localizado na Terra Indígena Comexatibá, em Prado, publicou uma nota de pesar sobre a morte do jovem, que era ex-aluno da instituição.
De acordo com os profissionais responsáveis pela escola, um outro adolescente identificado como Pablo Yuri da Conceição Cruz, também com 14 anos, foi baleado e socorrido e continua internado em estado grave de saúde, mas a informação não foi confirmada pela polícia.
Donos de terras na região de conflitos, condenam o fato ocorrido e se solidarizam com a comunidade indígena. Segundo um dono de terra da região, existem grupos não indígenas e armados na região e já denunciado pelos fazendeiros.
Até o momento não tem notícia sobre o paradeiro do veículo usado no crime e nem notícias sobre os autores deste bárbaro crime.
Segundo Informações de lideranças indígenas, a Aldeia Alegria está no processo de retomada de áreas que segundo eles, fazem parte do território demarcado pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e que teve o RCID (Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena) publicado no ano de 2015.
Ainda não houve a homologação e o registro não avançou devido à demora. Segundo os Indígenas donos de terras na área indígena deveriam ter sido indenizados pela União por meio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e retirados dos territórios o que não aconteceu.